31 de outubro de 2012

Ruínas de Ilusão


Ruínas de Ilusão

Um ladrão, por que não? Eu já convivi com tipos piores, e eu mesma era um.  E se eu fui feita, em meus sonhos, uma princesa, por que um bandido não poderia ser feito um príncipe? Ou eu seria uma ladra de ilusões e uma princesa na vida? Não saberia dizer. Muito tempo atrás eu havia perdido a noção de vida e ilusão, com o roxo.
Mas hoje, durante o programa – ladra e prostituta acabam por ser a mesma coisa em cidades tão pobres quanto a minha – o faria meu príncipe, na esperança de não me derrubar de meu castelo de sonhos como homens que eu julgara mais nobres gostavam de fazer. Afinal, que mal havia em levar garotas com poucas cores de volta a sua realidade?
Passaríamos a noite conversando sobre os nomes que nossos nobres filhos teriam e sobre como nunca perderiam as cores. Sobre como eles herdariam todo o reino do borralho e da fuligem. Ou seria toda a fuligem e o borralho do reino? Eu não sabia. Eu nunca sabia.
Sobre como minha filha não teria de lutar com seus príncipes após a noite de núpcias. Sobre como nosso filho não teria de roubar prostitutas para viver. Falaríamos sobre tudo, da vida, da ilusão e da morte. Falaríamos sobre como nossos filhos não teriam de ser como nós.
Ou será que ele apenas riria de mim, com seus dentes amarelos – oh, amarelo -, e depois me roubaria a vida? Ou as ilusões? O dinheiro da noite, ou até quem sabe outra cor, como havia feito o príncipe branco? Será que tudo já teria ocorrido, e eu não sabia? Ou de fato ainda iria ocorrer? Será que a vida já estava passando e eu estava novamente envolta em ilusões? Eu não sabia. Eu nunca sabia.

28 de outubro de 2012

Domingo Legal

                                                Domingo Legal

           Essa crônica é verídica  e manterei ela o mais verídica possível, mas se aparecerem gnomos, não me venha perguntar se isso era verdade. Tudo começa num belo dia no curso de italiano. Mentira, nem o dia era lindo e nem o curso era de italiano, mas que seja, o que importa é que tava tocando molejão ao fundo e tinha um aluno novo na classe. Aula normal, apagadores e bolinhas de papel voam pela sala, e toca a sineta do intervalo.
       
            E então o menino, que vestia camisetas, calças e usava uma bolsa vermelha, me lembrando terrivelmente um absorvente usado gigante, me perguntou:

           - Hey, o nome da sua mãe é Marcia?

           Meu sangue gelou, meu coração parou de bater e respondi:

           - Nem é, brother, por que?

          Broxante, eu sei. Mas o que eu poso fazer? Sempre desejei um reencontro daqueles entre dois amigos de infância  regados a maconha e puta (Mentirinha, juro), mas minha mãe não se chamava Márcia  Briguei com ela, mas são as ironias dos cartórios da vida. Quatro meses se passaram, descobri que o nome dele era Raphael - Não sou a namorada dele, porra! -, Continuava tocando molejão e conversando em outro intervalo descobrimos que estudamos na mesma escola no primário e então veio o Flash, não esse, mas o da Dory, em procurando Nemo e arrisquei:

         - Cebolinha?

          Ok, não é exatamente uma palavra secreta, mas funcionou:

          - Sim!

          - Caramba, véi. Nós eramos melhores amigos!

          E dai você se pergunta como eu esqueci meu antigo melhor amigo, mas poxa, eu passei mais de um ano chamando ele de cebolinha, tenho culpa? E caramba, antigamente ele não parecia um absorvente usado gigante.

           - Sua mãe não chamar Marcia?

           - O nome dela é Hélia, cara.

           - Mas o resto eu lembro direitinho. Ela era professora, tinha uma ferrari azul - Era um fusca, mas é tudo meio parecido - E era morena.

           - Bem por ai

           E a Sineta tocou, é claro, para acabar com a nossa alegria, mas poxa, havia reencontrado o Cebolinha! E ele parecia um absorvente usado gigante!


25 de outubro de 2012

Preconceitos e cinema

                                       Preconceitos e cinema

           Cinema é um lugar muito democrático (Palavra híbrida, do brasileiro demo(diabo) e do grego kratos(poder), numa tradução livre poderia ficar algo como regime governamental dos infernos), onde podemos ver filmes de todos os gêneros, acompanhado de coca, ou ainda melhor, dolly citrus, e ainda que não tenha sanduíches de patê de sardinha, podemos, por um pouco a mais, usar aqueles óculos maneirinhos, certo? ERRADO!

          Cinema é, e sempre foi, um lugar de muito preconceito. Querem exemplos? Pois bem. Lembram do Edson? Bom, somos grandes amigos. Sempre fomos, ainda que pegasse mal andar com ele na escola (Ele tinha o tamanho da oitava série no terceiro ano, e achavam que eu estava andando com a pirralhada), crescemos amigos, e ele é uma das maiores vitimas do preconceito, por ser baixinho.

           Como? Eu explico. Sempre que uma criança quer comprar ingressos para um filme legendado, perguntam se ela tem certeza. Afinal, crianças são analfabetas, não é mesmo? O Triyon falaria umas boas para aqueles bilheteiros, falaria sim. No começo o Edson até costumava achar graça, sabe? Mas ele disse que com a repetição a coisa foi perdendo a graça, que sumiu totalmente quando ele completou 48 anos. Trágico.

           Snackbar é outro lugar mega perigoso. Sempre que vou lá, peço uma pipoca grande e um refri grande. E então a atendente me olha com cara de incrédula:

           - Só isso senhor?

           A vontade que da é responder que não, que como gordo tenho de comer três pacotes de pipoca e também a mãe dela (O que não seira má ideia, diga-se de passagem) mas sou um gordo educado... Infelizmente.

Posando de star #1



Foto original por Fabiola Fernandes
Letra por Barão Vermelho
Fotomontagem por mim.

Recados

            Bom, como está escrito no nome, esta não é uma crônica, mas sim uma postagem que visa dar alguns recados, destinada principalmente aos leitores mais fiéis do blog e outros que se interessem pela rotina de postagens, que será alterada. Bom, primeiramente, as crônicas vem sendo a um bom tempo o carro chefe do blog, postadas aos domingos e permanecerão assim(Todos chora, não voltarei a zoar comerciais). Por que? Bom, na verdade por que eu quero assim. E se isso é um motivo nobre, não sei o que é.

            Mas a novidade é que teremos mais dois dias de postagens, senhoras e senhores. Primeiramente, como é de conhecimento geral, sou o novo colunista do www.adecadenciadoanjo.com , para lá escrevo contos, ao invés de crônicas, contos estes que serão publicados aqui as quartas-feiras, com exatos 9 dias de atraso. Os objetivos são simples:

- Mostrar o tipo de conteúdo que rola na decay (São 9 colunistas, contando comigo)
- Aproveitar o conteúdo para ocupar um dia ocioso no blog
- Atrair leitores da decay para cá também.

            E, por fim, as sextas teremos cartões com trechos e música. Os trechos são exclusivos do Barão Vermelho, mas você pode enviar trechos de outras bandas para meu e-mail (meu_nome_meu_sobrenome@hotmail.com), deixando claro que eu nunca prometi que postaria os trechos, isso dependerá unica e exclusivamente da minha boa vontade.Por que? Por que o blog é meu,e no meu blog é assim que funciona.

           Agora, vamos aos agradecimentos. Bom, quando completei 4k de views, agradeci a todos os envolvidos que eram do meu conhecimento, por menos que seja o envolvimento, mas quando a crescente de visualizações, ficou inviável ficar postando toda vez que aumentasse 1k e agradecendo. Desta forma, decidi aproveitar o post para agradecer a todos vocês que estão lendo esse post, e em especial o Bruno Sofrô, que foi meu primeiro leitor, colaborou com postagens e me estimulou através do falecido blog dele. Valeu mesmo, Bruno, sem ti provavelmente eu não estaria mais aqui postando. E por fim...

          Agora vamos a parte mais chata, os pedidos. Bom, qualquer um que acompanha um vlog já deve saber o que vou pedir: Comentários  divulgação e que sigam o blog. Eu sei, que por vezes é chato ter de logar a conta do google apenas para comentar ou seguir, mas isso realmente da prazer, é recompensador. Ver que alguém deu +1, seguiu a fan page  ou divulgou o conteúdo de qualquer forma, também. Afinal, por mais que eu mande nessa porra, quando a gente escreve um vlog, escrevemos para alguém. DO contrario eu teria um diário, ou um twitter.

         Pois é, por enquanto é só isso. E não esqueçam, o primeiro cartão sai amanhã!

14 de outubro de 2012

Descobrindo o filhos da terra

                                 Descobrindo o filhos da terra

              "Pobre a vista", deve ter gritado alguns do cabos eleitorais de Fernando Haddad após o descobrimento do Jardim filhos da terra. Descobrimento, sim, me permito apelidar assim a primeira vez que este senhor vem na minha humilde residencia. Se Cabral possuía três navios, Haddad possui seu trio elétrico, e se o descobridor distribuía penas e espelhos, nosso ilustre candidato distribui cestas básicas  embaladas em promessas e em jinggles, ainda que não tão ofensivos quanto aquilo que Levi Fidelix chama, anos após ano, de campanha eleitoral.

               Mas ele estava la, fazendo campanha, em cima de seu trio elétrico, acompanhado do querido e amado Maluff, nosso "Homem novo", que possui em seu cabelo cinquenta tons de cinza. E eu fui vê-lo, é claro. Tentar descolar uma dentadura, quem sabe? Não que eu precise, mas sempre achei extremamente sexy dormir com a dentadura dentro de um copo com água, em cima do criado mudo. Coisas de Texugo, vocês meros humanos não entenderiam.

               Fui la, ver o Lagartão falar e falar, enquanto refletia o que leva a nós, paulistanos, eleger o ex ministro da educação, cujo um dos maiores eitos em sua gestão foi lançar o Enem como porta de entrada nas universidades federais e publicas através do SISU, o sistema impossivel de ser utilizado. Talvez a mesma coisa que nos fez eleger o Tiririca? Provavelmente é coisa de humanos, que um mero Texugo não é capaz de entender.

                O melhor é saber que a opção é o José Serra, que nem o nome do meu bairro deve saber. Talvez ele saiba metade, só sabe cumprir mandatos pela metade mesmo. Rir, chorar ou escrever a crônica mais fácil da minha vida? Acho que fico com a ultima opção, afinal, quando você finalmente entende a grande piada que é a politica, ser um Texugo é a unica coisa que faz sentido.

7 de outubro de 2012

Pizza Hut

         Ir a um restaurante que não da pikachus com luzinha nunca me pareceu uma boa ideia, mas após insistência, aceitei o convite do Rapha, e fomos ao pizza Hut.
         Logo na entrada nos deram um page. Ta, ele tinha luzinha, mas não parecia um pikachu, e eu teria de devolver. Um absurdo isso. Durante meia hora, tentei emular pokemon no page, mas foi em vão e finalmente pudemos entrar, e depois de um minuto fomos abordados para fazer o pedido.
         Infelizmente, ainda não desenvolvi super velocidade, de forma que mal havia aberto o cardápio e coube ao Rapha  pedir uma entrada e dois refrigerante. Diga-se de passagem, amei a gama de refrigerantes, tinha guaraná e pepsi.  DOIS refrigerantes, onde mais eu teria tantas opções?
         A entrada chegou em quinze minutos, e estava maravilhosa. Pena que o refrigerante só chegou quando já havíamos comido tudo, mas eu entendo, retirar o refrigerante da lata e colocar no copo deve dar um trabalhão...
         Com muita lábia, convenci uma garçonete a parar para anotar nosso pedido. Sério, tive de convencer mesmo, depois da terceira dizer "Espera que eu já volto". Elas nunca voltam, aposto que não ligam no dia seguinte! Pedimos a pizza, e demorou apenas 45 minutos para chegar. Considerando que demoraram 30 minutos com o refrigerante, achei rápido. Sério. Por que ninguém acredita em mim?
         A pizza estava boa... Ok, muito boa, mas eles são apelões, colocam bacon. Tudo fica bom com bacon... E convenhamos, por 60 reais tinha de estar boa mesmo. o Raphael comeu apenas meio pedaço... tem ideia de como isso me deixou triste? fui obrigado a comer os outros 7 pedaços e meio, quase chorando no prato... E então ele decidiu pedir um sunday. É claro que ele pediu um sunday.... E é claro que demoraram 25 minutos, colocar sorvete num copo é quase tão difícil quando colocar refrigerante.
         E então, o momento aguardado, chega o sunday. Sem colher. Sem colher. SEM COLHER. e toca mais meia hora para esperar a colher, enquanto cogito obrigar o Raphael a comer com a boca.
          Eu queria pedir a conta, mas a garçonete usou do seu treinamento ninja para evaporar após trazer a colher. Dançar can-can por sobre a mesa provou ser um método ineficaz de chamar a atenção, e dessa forma tramamos, eu, e o Rapha um plano simples de duas fases. Na primeira, eu pularia sobre a próxima atendente, na segunda, Rapha seguiria ela até que ela trouxesse a conta.
          E funcionou, senhores. Não esperei virem buscar a conta, indo entregar direto no caixa. O gerente teve a cara de pau de perguntar se era com ou sem serviço, mas desistiu de cobrar os 10% após ver minha cara de consternação.
          Uma dica? Se for ao Pizza Hut, leve uma arma de choque. Quem sabe assim você consiga alguma atenção das atendentes.